
Dr. Artur Lemos
Conheci a Medicina Ortomolecular em 1989 quando praticava Cardiologia em meu consultório. Foi um golpe do destino. Ao perguntar a uma paciente idosa, que me procurou para tratar sua hipertensão, que medicamentos estava usando, mostrou-me uma receita que me disse ser para sua artrose dos joelhos e que depois de muitos anos, fazendo os tratamentos convencionais sem resultado, nunca tinha se sentido tão bem. Enquanto a enfermeira fazia o eletrocardiograma tive um impulso de copiar a receita e confesso que estava lendo alguma coisa em grego, tais como: bromelina, rotina, pantotenato de cálcio, Boswelia serrata, entre outros.
Guardei a receita e tempos depois a copiei literalmente e a prescrevi para outra paciente com artrose nos joelhos. Use por 30 dias e retorne. Ao vê-la entrar no consultório caminhando melhor e sem ares de sofrimento logo pensei “tem coisa aí”. Nos anos seguintes fui a todos os congressos que existiam, comprei todos os livros que pude, retornei às bibliotecas (não havia internet na época) e em 1997 lancei meu primeiro livro. E de lá para cá quase um novo livro por ano, centenas de aulas em congressos e cursos de colegas. Criei meu próprio curso que já está na XVI edição.
Qual foi o milagre? O que me levou a tal arrebatamento? Eu tinha um consultório de Cardiologia com boa clientela, tinha dois empregos públicos e em três anos tornei-me um Clínico Geral, abandonei os dois empregos e voltei a me apaixonar pela Medicina. Comprei todas as novas edições dos livros texto da época do ensino médico, repassei o que sabia e vi que o que eu não sabia era muito maior. Se apenas o coração já proporcionava um prazer ao estudá lo imagina o prazer de estudar o corpo inteiro.
Mas por que a Medicina Ortomolecular? A resposta esta dentro de uma palavra: resultado. Resultado clínico, eficácia para reduzir sofrimento, mínimos efeitos colaterais, profunda identidade fisiopatológica entre a doença e suas armas terapêuticas. Entendimento e necessidade de conhecer alterações bioquímicas e celulares para realmente fazer uma Medicina de Prevenção Primária, ou seja, o que se deve fazer para não ficar doente e, caso a doença já esteja instalada, conhecer a melhor forma de ajudar o corpo a combatê-la, de forma isolada ou concomitante aos medicamentos alopáticos.
Thomas Edison disse que o médico do futuro vai se preocupar muitos mais com os doentes do que com as doenças, muito mais com os cuidados básicos para a manutenção da saúde do que com o estudo de como funcionam os remédios. Hoje posso acrescentar a estas sábias palavras, somente o entendimento da pessoa como um todo pode explicar o surgimento das doenças e somente o médico com esta visão vai ajudar a prolongar a vida dentro do conceito de envelhecimento fisiológico. Não se deve confundir clínica de medicina integrada, onde vários especialistas examinam o paciente, cada um cuidando de sua parte, com medicina integrativa, quando um único médico é capaz de entender o que está se passando com o paciente e, se necessitar de um aconselhamento, solicitar o parecer do especialista, mas ele sempre será o médico do paciente. Não adianta ter uma conduta para não morrer do coração e morrer de câncer.
Terapêutica Integrativa Para Prevenção e Tratamento da Doença de Alzheimer
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